Turista revela susto e denuncia riscos da falta de sinalização em área de desabamento na Barreira do Cabo Branco, em João Pessoa: “medo à noite, na escuridão”

Turista revela susto e denuncia riscos da falta de sinalização em área de desabamento na Barreira do Cabo Branco, em João Pessoa: “medo à noite, na escuridão”

Destaque Paraíba
Joaquim
26 de novembro de 2020
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Um grupo de turistas tomou um susto ao se deparar com a falta de sinalização e de iluminação em um trecho comprometido pela erosão na Barreira do Cabo Branco, em João Pessoa. Vindos de São Paulo, o grupo de amigos passou com o carro alugado para o passeio bem ao lado do abismo que separa a parte de cima da barreira e a praia do Cabo Branco. “Imagina nosso medo a noite, na escuridão. Meu coração quase que sai pela boca”, desabafou o turista, ao gravar vídeo mostrando o trecho da falésia destruído, por onde teve que manobrar o veículo e voltar no meio do caminho.

Elias Lourenço lembrou a recente tragédia com uma família na Praia de Pipa, vítima do desabamento de parte da falésia da região. “Poderia acontecer uma tragédia semelhante conosco aqui por falta de aviso das autoridades.” Ele relatou, no vídeo, que fez uma manobra na via estreita, de apenas uma faixa, já que a da direita foi danificada pelo erosão. “Tive que ir lá na frente, manobrei e voltei.”

Ao ClickPB, Elias explicou que veio de São Paulo para o Recife. “Aluguei o carro, e aproveitei e vim a João Pessoa visitar amigos e passear um pouco por aqui também.”

Elias foi surpreendido com os buracos na pista e não teve muito tempo para pensar. Desviou rapidamente para a faixa da esquerda e manobrou logo a frente. Ele havia parado próximo das crateras na via, “pois estava escuro. Era noite por volta das 21h30. Na hora me veio na cabeça o ocorrido em Pipa. Foi por pouco. Com três pessoas, além de mim, no carro, responsabilidade e medo maior ainda.”

O turista de São Paulo contou que o pânico o paralisou. “Foi horrível. O medo e o pânico me tomou geral, mas respirei fundo e procurei manter a calma. Meu amigo que estava no banco da frente ainda me disse: “dá ré”. Mas como estava tremendo de medo, achei melhor não voltar de ré, e sim fazer uma manobra na parte que era pouca coisa mais larga e voltei de frente para não correr o risco de, no nervosismo, perder o controle na ré.”

Elias relatou que o trecho curto parecia ser mais longo diante do nervosismo na situação. “E graças a Deus consegui deixar o carro de frente e, todos, com muito medo ainda e calados, voltamos bem devagar e o mais próximo da valeta tomando o cuidado, lógico,  para não cair nela também, e daí vencemos esse trecho de uns cento e poucos metros que, de repente, parecia ser de um quilômetro. Daí voltamos sim e acabamos, após a rotatória, entrando na primeira rua segura que apareceu e fomos para a orla.”

O turista espera voltar mais vezes a João Pessoa, como sempre faz pelo menos uma vez por ano. Mas também tem a expectativa de que não passe mais por um susto desses, por falta de sinalização nas ruas, principalmente em um trecho comprometido pela erosão da Barreira do Cabo Branco. “Em Pipa-RN foram três pessoas (mortas), aqui em João Pessoa quase que foram quatro (vítimas). As autoridades não podem deixar que aconteça algo semelhante não só aqui como em qualquer parte do país. Parece que as autoridades locais não aprenderam com a desgraça alheia, sabendo que aqui também têm várias partes sofrendo com a erosão.”

O ClickPB entrou em contato por e-mail e aguarda resposta da Semob João Pessoa.

 

Click PB
Joaquim Franklin

Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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