Juiz lança “Projeto Cyberbullying” na região de Itaporanga

Juiz lança “Projeto Cyberbullying” na região de Itaporanga

Destaque Vale
Joaquim
31 de agosto de 2021
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O juiz Antônio Eugênio Leite Ferreira Neto, deu início esta semana ao Projeto Cyberbullying na comarca de Itaporanga e municípios vizinhos, reunindo educadores da região, daquela comarca onde ele é titular da 2ª Vara de Itaporanga, com competência em Infância e Juventude. A iniciativa dessa ação, envolvendo diretores e os professores, vai abranger não só a comarca de Itaporanga, mas os sete municípios agregados.

Segundo o magistrado, a ideia surgiu pela quantidade de processos da sua vara, envolvendo adolescentes que têm como foco a questão da Internet. “Sabemos que a Rede Mundial de Computadores é um fator preponderante diante dos alunos e o cyberbullying está bem presente, principalmente, nessa prática de zombar um do outro, de perturbar. Daí veio a necessidade de juntamente com os professores dar início a essa ação”.

Para ele, o fato de as aulas continuarem online na maioria das escolas públicas ainda por conta da pandemia e as escolas particulares estarem voltando no sistema híbrido, a solução encontrada foi: “trabalhar com os professores e adentrar no universo dos jovens por meio das escolas, que são um canal importantíssimo de chegar ao nosso público, já que a rede social é complicada para se falar de um assunto tão sério como cyberbullying. Então, encontramos o melhor canal, para chegar a esse público”, pontuou.

O primeiro encontro aconteceu esta semana com os diretores das escolas, quando foi projetada uma seleção dos professores, que trabalham nessa faixa etária – os adolescentes, entre 16 e 20 anos. “Com os trabalhos iniciais já estamos capacitando os professores para que possamos introduzir o tema cyberbullying. Vamos iniciar com palestras, tirando dúvidas e que o professor possa desenvolver bem essa questão. Estamos irmanados, a justiça com o pessoal da educação, para tratarmos desse assunto”.

De acordo com o juiz Antônio Eugênio Leite Ferreira Neto, a presença de uma autoridade, um magistrado, influencia muito na capacidade do aluno para resolver tais problemas. “Um adolescente vendo a palavra dada por um juiz e mostrando as consequências dos atos dele, com certeza vai firmar nessa pessoa um pensamento, para que os jovens retornem e melhorem seus comportamentos nas redes sociais, principalmente com cyberbullying. Como disse a cantora Walkiria Santos, (que perdeu um filho recentemente por conta do cyberbullying), a Internet está doente, cheia de ódio e preconceito. E tudo gera coisas ruins, que afetam o psicológico, como aconteceu com o filho da cantora, que cometeu suicídio”, adiantou o magistrado.

O juiz lembrou ainda que os professores ficaram muito empolgados com o projeto, pois eles não tinham como enfrentar a situação, por não haver uma didática para conduzir o tema. “A pandemia jogou todo mundo nas redes sociais, e essa forma agressiva que vem das redes, no campo da sexualidade, é vista com muito preconceito e agressividade, e também veio para as escolas”.

“Os professores relataram que não estavam sabendo lidar com a situação e precisavam de uma orientação. Depois do que aconteceu a Lucas Santos, filho da cantora Walkiria, eles perceberam que a questão poderia ser muito pior. Então, juntos vamos desenvolver o tema com mais credibilidade”, alertou.

Há também a possibilidade de o Projeto Cyberbullying chegar a outros segmentos da sociedade. Essa é a intenção do juiz Antônio Eugênio Leite Ferreira Neto. “A princípio, estamos levando o debate para a escola, o local de formação e aprendizagem. Estamos lançando a semente nas escolas. Algumas escolas integrais nos informaram que têm na carga horária esse objetivo de formação de alunos para se tornarem cidadãos mais conscientes”.

“Por trás de um teclado muita gente não está preparada para esse ambiente de grande perniciosidade. Tudo vem lá de trás com a pornografia, o vazamento de fotos e muitos pedófilos tentando chegar às crianças e adolescentes e agora estamos diante do cyberbullying, mas vamos vencer”, concluiu.

Projeto Alimentando Pets

O juiz Antônio Eugênio Leite Ferreira Neto é autor de outro projeto criado em 2119 ‘Alimentando os Pets’, desenvolvido com sucesso em Itaporanga. Cães de rua são vacinados contra a raiva, numa ação realizada com o apoio do Centro de Zoonoses do Município e de capturadoras da Prefeitura Municipal de Itaporanga, além da realização de testes para diagnóstico do calazar.

Também aconteceu a castração dos animais que integram o projeto. Tudo começou com a alimentação e está em andamento para despertar nas pessoas a vontade de elas mesmas criarem organizações e fundações para proteger os animais de rua.

“O Projeto dos Pets tem se expandido, tem sido replicado, as pessoas têm copiado os coletores. Despertamos nas pessoas o cuidado pelos animais. Já estamos planejando levar esse projeto para Piancó, entrando em contato com os movimentos sociais daquela comarca”, fecha.

 

 

 

Por Kubitscheck Pinheiro

Joaquim Franklin

Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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