Doria diz que vacina chinesa pode estar disponível no SUS em dezembro

Doria diz que vacina chinesa pode estar disponível no SUS em dezembro

Brasil Saúde
Joaquim
27 de agosto de 2020
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O governador de São Paulo, João Doria, disse nessa quarta-feira (26) que a vacina chinesa contra o novo coronavírus, chamada CoronaVac, poderá estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro. Isso vai depender de resultados positivos da terceira fase de testes e de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No entanto, nem toda a população brasileira poderia ser vacinada em dezembro já que a produção ainda seria insuficiente. A expectativa é que inicialmente sejam disponibilizadas 45 milhões de doses, enviadas pela China.

“Se tivermos esta terceira fase de testagem bem concluída no final do mês de outubro, ou no máximo até a primeira quinzena de novembro, já em dezembro deste ano teremos a vacina disponível para a imunização da população brasileira. Nesta primeira etapa teremos acesso a 45 milhões de doses”, disse Doria. “Mas com a ressalva de que precisaremos ter a aprovação dessa terceira fase de testagem e aprovação também da Anvisa”, ressaltou Doria, em entrevista coletiva hoje no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Depois, caso seja aprovada, a vacina passaria a ser produzida no país pelo Instituto Butantan, que tem capacidade atualmente de produzir 120 milhões de doses, o suficiente para vacinar 60 milhões de pessoas (já que esta vacina seria aplicada em duas doses). O Butantan busca duplicar a sua capacidade de produção. Para isso ele precisa de doações de R$ 130 milhões da iniciativa privada. Até o final de julho, o estado arrecadou R$ 96 milhões da iniciativa privada para dobrar essa capacidade de produção.

Mas o governo paulista pensa em aumentar ainda mais essa capacidade de produção do Instituto Butantan. Por isso, hoje pela manhã, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, estiveram reunidos com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. Na reunião, eles iriam solicitar ao Ministério da Saúde o investimento de R$ 1,9 bilhão para aumentar a capacidade de produção de vacina do Butantan.

Segundo Doria, esse valor é o mesmo que o governo cedeu à Fiocruz, por meio de uma Medida Provisória, para aplicação no desenvolvimento da vacina que está sendo desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, também em fase avançada de testes. A transferência de tecnologia na formulação, envase e controle de qualidade da vacina será realizada por meio de um acordo da empresa britânica com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde.

De acordo com Doria, a reunião de hoje dos representantes do governo paulista com o ministro foi bastante positiva. “Há uma manifestação bastante proativa em relação ao Instituto Butantan e descarto qualquer expectativa negativa”, disse ele. “A CoronaVac já tem 60 milhões de doses garantidas independentemente de recursos do governo federal. Nosso objetivo, na solicitação desse recurso, é ampliar capacidade de produção da vacina e também de outras vacinas. Lembro que o Instituto Butantan produziu 100% da vacina contra a gripe disponível no SUS este ano”, disse o governador.

A CoronaVac

A CoronaVac está na fase três de testes, feita em humanos, realizada no Brasil desde julho. Ao todo, os testes com a CoronaVac estão sendo realizados em nove mil voluntários em centros de pesquisas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e do Distrito Federal. A pesquisa clínica é coordenada pelo Instituto Butantan e o custo da testagem é de R$ 85 milhões, custeados pelo governo paulista.

A CoronaVac é uma das vacinas contra o novo coronavírus em fase mais adiantada de testes, junto com a que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford. Na primeira e na segunda etapa de testes, o laboratório chinês testou o produto em cerca de mil voluntários na China. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.

A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus, inativos. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. No teste, metade das pessoas receberão a vacina e metade receberá placebo, substância inócua. Os voluntários não saberão o que vão receber.

 

Elaine Patrícia Cruz/Agência Brasil

Joaquim Franklin

Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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