Assim como a jovem, os pais dela, João Salviano do Nascimento e Maria do Rosário Oton não escondem a satisfação em ver que, apesar de toda dificuldade enfrentada pela família, valeu a pena. Para eles, o caminho a ser percorrido pela jovem, cerca de 6 anos até sua formatura, é visto como um horizonte bem ali, bem perto, mesmo cientes de que serão longos dias e noites dolorosas até a conclusão do curso. Mesmo sabendo que terão que continuar trabalhando arduamente para auxiliar a filha nessa jornada. Mas, entendem que sonho é sonho e a dor do percuso serve de inspiração para vencer.
“Nos últimos dois anos ela estudou sozinha em casa, com livros doados, sem cursinho. Mesmo tendo que enfrentar vários obstáculos, Angélica nunca desaninou e estudava, estudava (…) Ela sempre me dizia que iria conseguir se formar em medicina para mudar a história da nossa família”, disse a mãe, durante contato com a reportagem do Vale do Piancó Notícias.
“Angélica teve uma vida de privações, uma vida humilde”, conta o pai João Salviano. “Quantas vezes eu não disse ‘não’ para as coisas que ela queria, embora meu desejo fosse sempre dizer sim? Mas, nosso ganho sempre foi limitado. E mesmo querendo, eu não conseguia dar o que ela queria”, explica o pai.
A jovem fez o Ensino Médio como bolsista no Monteiro Lobato, colégio particular da cidade de Itaporanga. Depois que concluiu o Ensino Médio ela estudou dois anos na sua própria residência até conseguir a aprovação para medicina.
Na prova do ENEM, Angélica Lais obteve 960 na redação, e 907,6 em matemática. Com 155 acertos, ela obteve uma média 797,86, conseguindo assim a aprovação para o tão sonhado curso de medicina da UFPB.
Por Gilberto Angelo, do Vale do Piancó Notícias