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União Europeia vai esperar até agosto para anunciar retaliação ao tarifaço

União Europeia vai esperar até agosto para anunciar retaliação ao tarifaço

Nesse domingo (13), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a União Europeia estenderá a suspensão das medidas em retaliação às tarifas dos Estados Unidos até o início de agosto. A declaração foi feita um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar impor uma tarifa de 30% sobre todos os produtos europeus a partir de 1º de agosto.

“A UE tem priorizado consistentemente uma solução negociada com os EUA, refletindo nosso compromisso com o diálogo, a estabilidade e uma parceria transatlântica construtiva”, afirmou von der Leyen. A expectativa é que o bloco feche um acordo bilateral com os EUA antes do próximo mês, com concessões para setores de exportação como aeronáutica, equipamentos médicos e bebidas alcoólicas.

Segundo a liderança europeia, as tarifas estabelecidas em 30% podem interromper cadeias de suprimento essenciais “em detrimento de empresas, consumidores e paciente de ambos os lados do Atlântico”. Ursula von der Leyen também destacou que poucas economias no mundo possuem tanta abertura e adesão a práticas comerciais justas como o bloco europeu.

Pacotes de contramedidas

Após anunciar a extensão da suspensão das medidas retaliatórias, a presidente da Comissão Europeia disse a repórteres que a UE “continuará a preparar novas contramedidas para que estejamos totalmente preparados”.

Um primeiro pacote de retaliação às tarifas estadunidenses sobre aço e alumínio europeus atingiria 21 bilhões de euros em produtos dos EUA, mas foi suspenso em abril por 90 dias – até a próxima segunda-feira (14) – para ampliar o tempo das negociações. Um segundo conjunto de medidas está sendo negociado entre os Estados-membros desde maio e afetaria 72 bilhões de euros em produtos americanos.

Von der Leyen acrescentou que o uso do Instrumento Anticoerção da União Europeia – que permite que o bloco imponha retaliações a países terceiros que exerçam pressão econômica sobre políticas dos países europeus – ainda não está em discussão. Possíveis medidas podem incluir a restrição do acesso ao mercado da UE, aos investimentos estrangeiros diretos e controles de exportação.

Notificações

Até o momento, 25 notificações já foram enviadas por Donald Trump a seus parceiros comerciais. Na carta enviada neste sábado (12) à presidente da Comissão Europeia, o republicano afirmou que a ação demonstra a “força e compromisso” dos Estados Unidos em continuar suas relações comerciais com o bloco europeu.

“Tivemos anos para discutir nossa relação comercial com a União Europeia e concluímos que devemos nos afastar desses déficits comerciais persistentes e prolongados, causados por políticas tarifárias e não tarifárias. Nosso relacionamento tem sido, infelizmente, longe de ser recíproco”, escreveu o presidente estadunidense.

Além de estabelecer a taxa de 30%, a carta afirma que produtos transbordados – que são reexportados para outros países – estarão sujeitos a tarifas ainda maiores e reivindicou a abertura dos mercados europeus para os EUA.

Países repercutem

O gabinete da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o país apoia os esforços da Comissão Europeia, que devem ser intensificados nos próximo dias. Roma reiterou que é “fundamental manter o foco nas negociações” e evitar a polarização para chegar a um acordo bilateral.

“A Comissão Europeia pode contar com nosso total apoio”, disse o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof. Segundo o país, as tarifas impostas pelos EUA são “preocupantes” e que a taxação é o caminho a ser seguido.

UE e Indonésia

Diante da escalada na guerra tarifária, a União Europeia e a Indonésia fecharam um acordo político para avançar em tratativas de livre comércio. Ursula von der Leyen afirmou que as negociações vão criar mais oportunidades econômicas para a agricultura e o setor automotivo, por exemplo.


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Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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