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INSS vai pagar exames para auxílio-doença e aposentadoria; entenda

INSS vai pagar exames para auxílio-doença e aposentadoria; entenda

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passará a custear os exames complementares solicitados pelos peritos médicos federais para a concessão, manutenção ou restabelecimento de benefícios por incapacidade. A medida, que visa eliminar uma barreira econômica para os segurados em situação de vulnerabilidade, começa a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.

Até então, o custo de exames como ressonâncias magnéticas, tomografias, laudos de especialistas e exames laboratoriais ficava a cargo do próprio trabalhador afastado, mesmo nos casos em que a comprovação da incapacidade dependia da documentação solicitada pelo perito.

O alto custo dos exames impede o acesso ao benefício

A exigência de custear os exames complementares representava um obstáculo financeiro significativo para a maioria dos segurados. Em muitos casos, os procedimentos pedidos pelos peritos vinham com um alto preço, podendo chegar a R$ 3 mil por exame.

Para pessoas como Eduardo Trindade, lavrador que sofre com lesões na coluna e na perna, os gastos com a busca pelo auxílio-doença se tornaram insustentáveis. Eduardo precisa viajar cerca de 300 quilômetros do interior da Bahia até Salvador para comparecer às perícias.

Somente com exames complementares e custos de deslocamento, o segurado afirma ter acumulado um prejuízo considerável nos últimos anos. “Desde quando eu adoeci há três anos atrás até hoje, já gastei em torno de R$ 40 mil”, declarou o lavrador.

O peso financeiro e a distância percorrida por muitos segurados acabam resultando em atrasos, desistências ou, em última instância, na negativa do benefício previdenciário. A reportagem de Kris de Lima, de Salvador, ressaltou o drama vivenciado por muitos trabalhadores.

Segundo a advogada Jacqueline Reis, o custeio dos procedimentos pelo INSS é crucial para a justiça social. “Muitas pessoas não conseguem o benefício do INSS por não conseguir a documentação médica que comprova a incapacidade”, explica.

Para a especialista, a mudança garante o direito dos segurados. “A partir do momento que essa pessoa tem essa documentação custeada pelo INSS, ela vai conseguir comprovar sua incapacidade e ter o seu direito reconhecido”, avalia Jacqueline Reis.

Reembolso e parcerias para custeio

As formas de ressarcimento para o pagamento dos exames complementares ainda estão sendo detalhadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social.

Duas possibilidades estão em estudo para a operacionalização da medida. A primeira envolve o reembolso do dinheiro ao segurado, mediante a apresentação dos comprovantes de pagamento do exame. A segunda possibilidade considera a realização de parcerias entre o próprio INSS e clínicas e laboratórios. Nesses convênios, o órgão garantiria o acesso direto do segurado aos procedimentos.

O novo modelo de custeio é visto como um alívio para os trabalhadores que dependem da assistência previdenciária. Erivaldo dos Santos, mecânico, destacou a importância do auxílio diante do cenário econômico atual. “O custo de vida está muito alto. E com esse benefício, com essa ajuda, vai ser uma boa forma para nós que estamos dependendo”, afirmou.

A partir de janeiro de 2026, a garantia do custeio dos exames pelo INSS deve reduzir a burocracia, agilizar a concessão dos benefícios e assegurar que a falta de recursos não seja mais um impeditivo para que o segurado tenha seu direito previdenciário reconhecido.


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Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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