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Hytalo Santos e marido seguem presos em SP após suspeita de fuga do Brasil

Hytalo Santos e marido seguem presos em SP após suspeita de fuga do Brasil

As investigações contra Hytalo Santos ganharam força após denúncias públicas que expuseram a produção de conteúdos com menores em situações inadequadas. A prisão preventiva foi decretada pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba, com base em indícios de crimes como exploração sexual, trabalho infantil artístico irregular e constrangimento de menores. A operação resultou na apreensão de oito celulares e um veículo Land Rover, que serão periciados para aprofundar as investigações.

Hytalo Santos e marido instagram
Hytalo Santos e marido Foto: instagram
  • Crimes investigados: Exploração sexual infantil, tráfico de pessoas e adultização de menores.
  • Local da prisão: Mansão alugada em Carapicuíba, Grande São Paulo.
  • Envolvidos: Hytalo Santos e Israel Nata Vicente, com oito outras pessoas na casa, liberadas por não terem mandados.
  • Próximos passos: Transferência para um Centro de Detenção Provisória (CDP) em Carapicuíba, com possível remoção para a Paraíba.

A distância de mais de 2.800 quilômetros entre Bayeux, onde Hytalo residia, e Carapicuíba reforça a tese da polícia de que o casal buscava escapar das autoridades. A viagem, que teria sido feita de carro em cerca de 40 horas, foi monitorada pelo serviço de inteligência da Polícia Civil, culminando na prisão.

Detalhes da operação policial

A operação que resultou na prisão de Hytalo Santos e Israel Nata Vicente foi planejada com base em informações do serviço de inteligência da Polícia Civil da Paraíba e de São Paulo, com apoio da Polícia Rodoviária Federal e do MPPB. O delegado Fernando David, do 3º Departamento de Investigações Gerais (DIG) do Deic, afirmou que o casal já sabia da possibilidade de mandados de prisão desde a madrugada de quinta-feira, 14 de agosto, e estava em deslocamento para evitar a captura. A mansão em Carapicuíba, onde foram encontrados, abrigava outras oito pessoas, todas sem antecedentes criminais, que foram liberadas após verificação.

O foco da operação foi a apreensão de evidências digitais. A polícia recolheu quatro celulares de Hytalo e quatro de Israel, que serão enviados para perícia na Paraíba. Além disso, um veículo Land Rover, registrado no estado nordestino, foi confiscado.

  • Equipamentos apreendidos: Oito celulares e um Land Rover.
  • Localização do casal: Chegaram a Carapicuíba na quinta-feira, 14 de agosto.
  • Rota de fuga suspeita: Foz do Iguaçu, na fronteira com Paraguai e Argentina.
  • Monitoramento: Serviço de inteligência rastreou o veículo do casal.

A ausência de passaportes com o casal, que carregava apenas documentos de identidade, sugere que a fuga seria realizada por terra, aproveitando a facilidade de circulação no Mercosul, que não exige passaporte para brasileiros. O delegado destacou que o casal não resistiu à prisão, mas permaneceu em silêncio durante o interrogatório.

Denúncias que desencadearam o caso

As investigações contra Hytalo Santos começaram em 2024, após denúncias de vizinhos em Bayeux, que relataram produções de conteúdo com menores até altas horas, causando transtornos. A situação ganhou proporção nacional com um vídeo do youtuber Felca, publicado no início de agosto de 2025, que acusou o influenciador de explorar crianças e adolescentes em vídeos com cunho sexualizado para atrair engajamento nas redes sociais. O vídeo viralizou, levando à suspensão dos perfis de Hytalo no Instagram e outras plataformas, além da desmonetização de seus conteúdos.

O Ministério Público da Paraíba, em conjunto com o MPT, identificou práticas como a criação de um grupo chamado “crias”, “filhas” e “genros”, que viviam sob a tutela informal de Hytalo. Esses jovens, muitos menores de idade, eram incentivados a participar de performances inadequadas, com promessas de apoio financeiro às suas famílias.

  • Início das denúncias: 2024, com queixas de vizinhos em Bayeux.
  • Vídeo de Felca: Publicado em 6 de agosto de 2025, com ampla repercussão.
  • Ações do MP: Investigação por exploração sexual e trabalho infantil irregular.
  • Bloqueio de redes: Perfis de Hytalo suspensos e desmonetizados.

A promotora Ana Maria França Cavalcante de Oliveira, da 2ª Promotoria de Justiça de Bayeux, apontou indícios de “adultização” de adolescentes, com comportamentos sexualizados para gerar lucro digital. A Justiça da Paraíba também determinou a suspensão de uma empresa ligada ao casal, usada para rifas e sorteios, por utilizar imagens de menores de forma irregular.

A defesa e o pedido de habeas corpus

A equipe jurídica de Hytalo Santos e Israel Nata Vicente protocolou dois pedidos de habeas corpus no Tribunal de Justiça da Paraíba, um na sexta-feira, 15 de agosto, e outro no sábado, 16 de agosto. Os advogados, liderados por Felipe Cassimiro e Sean Abib, argumentam que a prisão preventiva é “genérica” e carece de provas concretas. Eles negam a intenção de fuga, destacando que Hytalo compartilhou sua localização em São Paulo nas redes sociais, o que, segundo a defesa, seria incoerente com um plano de evasão.

Os advogados também questionam a contemporaneidade das acusações, citando uma portaria do MPPB de 2020 que já acompanhava o conteúdo de Hytalo, sem irregularidades à época. A ausência de passaportes válidos com o casal é usada como argumento para reforçar a falta de intenção de deixar o país.

  • Primeiro habeas corpus: Protocolado na sexta-feira, 15 de agosto, negado por questões de horário.
  • Segundo pedido: Apresentado no sábado, 16 de agosto, aguarda análise.
  • Argumentos da defesa: Ausência de provas, negação de fuga e investigação antiga.
  • Acesso aos autos: Advogados relatam dificuldade em consultar o processo.

A audiência de custódia online, realizada no sábado, confirmou a legalidade da prisão, mas não analisou o mérito das acusações, que será avaliado na Paraíba. A defesa espera uma decisão favorável ao habeas corpus ainda no fim de semana, enquanto o casal permanece no 1º DP de Carapicuíba, aguardando transferência para um CDP.

Repercussão e medidas judiciais

O caso de Hytalo Santos reacendeu o debate sobre a exploração de menores em plataformas digitais. A denúncia de Felca, que alcançou milhões de visualizações, levou a Câmara dos Deputados, por meio do presidente Hugo Motta, a anunciar a pauta de projetos para combater a exploração infantil nas redes sociais na semana seguinte à prisão. A Justiça da Paraíba intensificou as ações, autorizando novas buscas em endereços ligados ao influenciador em Bayeux e João Pessoa, onde equipamentos como computadores e HDs foram apreendidos.

A suspensão das redes sociais de Hytalo e a desmonetização de seus vídeos visam interromper o lucro gerado por conteúdos considerados inadequados. A investigação também abrange a empresa do casal, que promovia sorteios com imagens de menores, prática agora proibida judicialmente.

  • Projetos legislativos: Câmara planeja discutir proteção de menores online.
  • Novas buscas: Realizadas em Bayeux e João Pessoa em 13 e 14 de agosto.
  • Medidas judiciais: Bloqueio de redes e suspensão de empresa do casal.
  • Impacto social: Debate sobre regulamentação de conteúdos digitais.

O caso segue em andamento, com a possibilidade de transferência do casal para a Paraíba, onde as investigações serão aprofundadas. A análise dos celulares apreendidos pode trazer novas evidências, enquanto a Justiça avalia os pedidos de habeas corpus.

Cronologia dos eventos

A sequência de ações contra Hytalo Santos reflete a gravidade das acusações e a celeridade das autoridades. O caso, que começou com denúncias locais, ganhou dimensão nacional após a intervenção de Felca e a mobilização do MPPB e do MPT.

  • 2024: Início das investigações por denúncias de vizinhos em Bayeux.
  • 6 de agosto de 2025: Vídeo de Felca expõe práticas de Hytalo, viralizando.
  • 13 e 14 de agosto: Buscas em endereços do influenciador em João Pessoa e Bayeux.
  • 15 de agosto: Prisão do casal em Carapicuíba, com apreensão de celulares.
  • 16 de agosto: Audiência de custódia mantém prisão; novo habeas corpus protocolado.

A prisão de Hytalo e Israel marca um momento de inflexão no combate à exploração de menores nas redes sociais, com desdobramentos que podem influenciar a regulamentação de conteúdos digitais no Brasil.

Mix Vale


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Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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