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Cigarro eletrônico provoca crescimento no número de fumantes no Brasil

Cigarro eletrônico provoca crescimento no número de fumantes no Brasil

O Brasil registrou pela primeira vez, desde 2007, aumento significativo no número de fumantes. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2023 e 2024, o crescimento foi de 25% e hoje o país tem, aproximadamente, 25 milhões de fumantes. Por trás da alta, está o cigarro eletrônico, que vem sendo consumido principalmente pelos jovens, apesar da comercialização, importação e propaganda serem proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada em maio deste ano apontou que um em cada nove adolescentes brasileiros afirma que usa cigarro eletrônico. Segundo o levantamento, que ouviu cerca de 16 mil pessoas de 14 anos ou mais de todas as regiões do país, a quantidade de usuários jovens que usam cigarro eletrônico já é cinco vezes maior do que aqueles que fumam o cigarro tradicional.

Na próxima sexta-feira (29), é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo e, para alertar a população sobre os riscos do cigarro para a saúde, o Comitê Antitabagismo da Associação Médica da Paraíba (AMPB) preparou uma programação especial. Entre as iniciativas, estão uma exposição nas unidades da Unimed João Pessoa, distribuição de adesivos em bares e restaurantes da Capital e Campina Grande, simpósio e lançamento de livro (veja programação completa abaixo).

O Comitê Antitabagismo é formado por diversas instituições de saúde, a exemplo da Unimed João Pessoa. Além da AMPB e da Unimed JP, a programação alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Fumo conta com a participação da Secretaria Estadual da Saúde, Secretaria da Saúde da Capital, Procon, Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), Faculdade de Medicina do Unipê e Colégio Intensivo.

Propaganda enganosa

A indústria tabageira tenta vender a ideia de que os cigarros eletrônicos – também chamados de vapes e e-cigarros – são menos nocivos à saúde, o que, segundo os especialistas, não é verdade. O aroma, o sabor e o formato podem até ser diferentes dos cigarros convencionais, mas os riscos à saúde são os mesmos – ou até mais graves.

Estudos indicam que os utilizadores de vapes podem apresentar níveis de nicotina no sangue até seis vezes superior ao de quem usa cigarros tradicionais, o que aumenta a dependência. “O usuário do cigarro eletrônico tem três vezes mais probabilidade de se tornar dependente do cigarro tradicional do que uma pessoa sem precedentes no uso de nicotina”, alerta o pneumologista Sebastião de Oliveira Costa, presidente do Comitê Antitabagismo da AMPB e membro da Comissão de Tabagismo da Associação Médica Brasileira (AMB).

Risco de Evali

Outro problema sério é o risco de contrair Evali, sigla em inglês para lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico. Trata-se de uma doença aguda em que o pulmão fica enrijecido e que apresenta como principais sintomas tosse, dor torácica e dispneia, além de dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, febre, calafrios e perda de peso. “Enquanto as doenças crônicas tabaco-relacionadas necessitam de décadas de dependência, apenas 12 meses é a média de consumo para o desenvolvimento da Evali, patologia exclusiva do cigarro eletrônico”, alerta Sebastião Costa.

O uso prolongado de vape também pode causar doenças pulmonares crônicas, doenças cardiovasculares, risco de vários tipos de câncer, entre outros problemas. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 174 mil pessoas morrem a cada ano no Brasil por doenças causadas pelo tabaco, sendo 55 mil por câncer. No mundo, são oito milhões de mortes anuais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Apelo aos pais

Sebastião Costa faz um apelo aos pais de jovens que estão consumindo o cigarro eletrônico: “É dentro de casa onde deve-se iniciar o trabalho de conscientização dessa turma, que anda enxergando esse hábito como um modismo, sem a mais remota preocupação com as muitas nocividades produzidas por aquele vapor cheio de sabores, fragrâncias e belo designer”, alerta.

Quando uma pessoa deixa de fumar, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal após 20 minutos. Depois de três semanas, a respiração se torna mais fácil. Em um ano, o risco de morte por infarto cai pela metade.

Programação

  •  Simpósio “Atualização em pneumologia/tabagismo” para médicos da rede básica de João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo, Alhandra (Local: auditório do Hospital Universitário Lauro Wanderley)
  • Realização de atividades alusivas ao tabagismo nas unidades de saúde dos municípios
  • Exposição de banners nas unidades da Unimed João Pessoa
  • Ação educativa com distribuição de 500 adesivos (proibido fumar) em bares e restaurantes João Pessoa e Campina Grande
  • Ação fiscalizatória no município de Cabedelo
  • Café Literário/lançamento do livro “Ex-fumante” na Policlínica Jaguaribe
  • Panfletagem no Unipê
  • Palestras, panfletagem e exposição de vídeos nas unidades do Colégio Intensivo
  • Exposição de vídeos e painéis educativos em shoppings e lojas comerciais

 

Portal Paraíba


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Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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