Como a reaproximação entre Lula e Trump mexe com a bolsa?
A quarta-feira (24) é de agenda mais vazia e, pelo menos ao que tudo indica, bom humor. Isso porque o presidente norte-americano, Donald Trump, elogiou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Assembleia da ONU. Mas com o republicano tem um comportamento, no mínimo, imprevisível, a reaproximação entre os dois países, bem como os reflexos disso no mercado, pode ser vista com certa cautela.
Em seu discurso, que marcou a abertura do evento, como é tradição, Lula reforçou que a democracia e a soberania do Brasil são inegociáveis. As falas foram vistas como um recado não só para o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe, como também para o próprio Trump, que vinha ameaçando aumentar as sanções contra o Brasil por considerar o resultado do julgamento injusto.
Então, as tensões entre os dois mandatários (e, consequentemente, países) se intensificaram, certo? Errado. Logo em seguida, o presidente norte-americano afirmou ter tido uma “excelente química” com Lula.
Resultado? O Ibovespa registrou seu recorde nominal de fechamento, com alta de 0,9% aos 146.425 pontos.
Isso porque diminuiu o risco de novas sanções da Casa Branca contra o mercado brasileiro. Essa era a principal preocupação dos investidores, já que traria mais incertezas e, certamente, afastaria os “gringos”. E, como bem se sabe, caso menos investidores entrem aqui, menos dólares entram, o câmbio se deprecia e a bolsa também pode penar.
Mas como nem tudo são flores, especialmente tratando-se de Donald Trump, o mercado vê a reaproximação com cautela.
De quebra, o Banco Central ainda jogou um balde de água fria em quem esperava um corte da Selic já neste ano. Na ata do Copom, a autarquia disse que poderia até subir novamente os juros, caso julgasse necessário. Portanto, o tema também pode trazer mais parcimônia para o mercado.
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