Começa nesta segunda-feira, 10 de novembro, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), sediada pela primeira vez no Brasil, na cidade de Belém, capital do Pará.
O evento, que se estende até o dia 21 de novembro, transforma a capital paraense no epicentro global dos debates climáticos, com a expectativa de receber de 40 a 50 mil participantes, entre chefes de Estado, delegações técnicas, jornalistas e representantes da sociedade civil.
A escolha de Belém é altamente simbólica. Conforme destacado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) em anúncios anteriores, a intenção é levar os líderes mundiais, que “só falam da Amazônia”, para “conhecerem o que é a Amazônia”. A conferência busca colocar a maior floresta tropical do mundo no centro das discussões, dando visibilidade direta aos povos indígenas e ribeirinhos.
Para marcar a importância do evento, o governo federal sancionou um projeto que transfere simbolicamente a capital federal do Brasil para Belém durante os dias da conferência, entre 11 e 21 de novembro.
A “COP da Verdade”
como país anfitrião, o Brasil, busca assumir a liderança diplomática nas pautas ambientais. O presidente Lula classificou o encontro como a “COP da verdade”, um momento para os líderes mundiais provarem seu compromisso com o planeta, especialmente após 2023 e 2024 terem sido registrados como os anos mais quentes da história, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
De acordo com o Governo Federal, a diplomacia brasileira levará metas pré-estabelecidas para a mesa de negociação, incluindo:
- Reforçar o compromisso com o desmatamento zero até 2030;
- Avançar na regulação do mercado global de carbono;
- Estimular o financiamento climático dos países desenvolvidos (que mais poluíram historicamente) para as nações em desenvolvimento;
- Destacar o papel vital das populações indígenas e tradicionais na conservação florestal.
Além disso, o Brasil planeja usar o evento como uma vitrine para a “bioeconomia amazônica”, promovendo um modelo de desenvolvimento baseado em ciência, inovação e no uso sustentável dos recursos naturais.
Pela primeira vez, o agronegócio terá um pavilhão dedicado, focado em agricultura de baixo carbono e biocombustíveis.
Temas globais e preparativos
Globalmente, a COP30 será crucial para definir as novas metas climáticas para o ano de 2035 e avançar nas regras do fundo de “perdas e danos” – um mecanismo para financiar países vulneráveis que já sofrem os impactos extremos das mudanças climáticas. A manutenção da meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais segue como pilar central das negociações.
Para receber o evento, Belém passou por uma série de obras estruturais, incluindo a inauguração do “Museu das Amazônias” e a transformação de áreas portuárias no complexo “Porto Futuro 2”, um novo polo de cultura e ciência.


