Estudo analisa impactos da pandemia na atuação e saúde mental de psicólogos hospitalares

Estudo analisa impactos da pandemia na atuação e saúde mental de psicólogos hospitalares

Paraíba
Joaquim
29 de outubro de 2020
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Estudo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) analisa os impactos da pandemia da covid-19 na atuação e na saúde mental de psicólogos hospitalares. Os profissionais da área, de todas as regiões do país, podem participar da pesquisa através do preenchimento e do envio de formulário on-line até 22 de novembro.

O estudo levantará informações como idade, tempo de atuação e grau de formação, repercussões da pandemia na rotina e condições de trabalho, na preparação para as mudanças e utilização de dispositivos de comunicação a distância, assim bem como no bem estar e na saúde psíquica.

“A pesquisa se debruça sobre o quanto a pandemia da covid-19 afetou os psicólogos hospitalares, tanto profissionalmente, em suas rotinas de trabalho, demandas recebidas, no trato direto com os pacientes, quanto em suas vidas pessoais e saúde mental, na sensação de bem estar, qualidade do sono, autoestima, entre outros aspectos”, reforça Gabriela Xavier de Lemos, da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Hospitalar, responsável pelo estudo.

Para a pesquisadora da UFPB, orientada pela professora Iria Raquel Borges Wiese, da Escola Técnica de Saúde da UFPB, a pandemia da covid-19 transformou o cenário de saúde nos últimos meses, impactando imensamente nos protocolos de atuação profissional, demandas recebidas e gestão de espaços de saúde. “Considerando os impactos da pandemia na saúde, trabalho e hábitos sociais da população, a saúde mental e o sofrimento psíquico surgem como temas que demandam atenção”.

No ponto de vista da Gabriela Xavier de Lemos, entre os profissionais afetados por esse quadro, os psicólogos hospitalares, estando inseridos em espaços que recebem pacientes infectados pela covid-19 e sendo profissionais capacitados para prestar assistência em relação ao sofrimento psíquico nos pacientes e familiares, estão sujeitos a consequências severas na vida profissional e pessoal.

A pesquisadora da UFPB conjectura que as exigências desse cenário inédito em tantos aspectos, o risco de adoecimento pela covid-19, a experiência de atender colegas de trabalho vivenciando ansiedade e alterações de humor, entre outras questões da realidade atual, também podem estar influenciado negativamente a saúde mental desses profissionais, seu sono, apetite, humor, concentração e qualidade de trabalho, entre outros fatores que precisam receber a atenção necessária para que danos futuros sejam evitados, a adoção de prontuários eletrônicos também são bem vindos para otimizar as ações realizadas por psicólogos.

“A morte e o luto, questões já constantes em hospitais, têm se tornado mais frequentes e sido vivenciados de maneira fria, isolada, sem a possibilidade de encontros e despedidas. Esse é um exemplo de experiência advinda da pandemia que gera sofrimento intenso aos pacientes, familiares e à própria equipe de saúde, que se vê confrontada com seus próprios medos e limitações”.

Gabriela Xavier de Lemos observa que, muitas vezes, cabe ao psicólogo hospitalar acolher essas demandas enquanto enfrenta seus próprios temores. “Os impactos negativos desse tipo de experiência não se limitam ao período de pandemia, podendo se manter e se intensificar ao longo dos anos. A realização dessa pesquisa surge do interesse de compreender de que maneira tais profissionais têm se preparado, adaptado e sido afetados pelas mudanças recentes”.

A pesquisadora da UFPB acredita que, a partir dessa pesquisa, seja possível compreender melhor como esses profissionais têm lidado com o impacto das mudanças em suas vidas pessoais e profissionais, na tentativa de manter uma assistência de qualidade a seus pacientes.

“Nesse sentido, ao identificar as mudanças na rotina de trabalho e as dificuldades enfrentadas, entende-se que os resultados encontrados possam dar subsídios a estratégias que auxiliem os psicólogos hospitalares a lidarem com as demandas que vêm surgindo em meio à pandemia e com cenários futuros, nos quais se exija novamente adaptação imediata e manejo de circunstâncias nunca antes vivenciadas”, finaliza Gabriela Xavier de Lemos.

 

Assessoria

Joaquim Franklin

Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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