O estudo, liderado por Maximilian Kotz, do Centro de Barcelona, analisou 16 casos em 18 países diferentes entre os anos de 2022 e 2024.
No Brasil, o produto avaliado foi o café, já que o país é o maior produtor e exportador do produto, da variedade arábica. Os preços globais do café subiram 55% em agosto de 2024 após a seca de 2023 no Brasil, que os cientistas dizem ter sido de 10 a 30 vezes mais provável devido às mudanças climáticas. Já os preços do café de variedade robusta ou conilon, subiram 100% em julho de 2024, após ondas de calor recordes no Vietnã, que é o maior produtor deste tipo de café.
No Reino Unido, o estudo mostrou que o preço da batata subiu 22% entre janeiro e fevereiro de 2024 após chuvas extremas de inverno que os cientistas dizem ter sido 20% mais pesadas e 10 vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas.
Já na Califórnia e no Arizona, nos Estados Unidos, os preços dos vegetais subiram 80% em novembro de 2022 após a seca extrema do verão nos estados do oeste, que sofreram com escassez de água, calor extremo e seca do solo durante o verão de 2022. O mesmo tipo de alimento também subiu de preço no México. O grupo teve um reajuste de 20% a partir de janeiro de 2024, após uma severa seca, em 2023.
O preço do azeite, outro produto que teve alta de preços considerável, foi analisado a partir da Espanha e Itália, locais atingidos por uma severa seca nos anos de 2022. De acordo com o estudo, o verão de 2024 promoveu uma alta de 50% nos preço do azeite europeu, principalmente na Espanha.
Os preços globais do cacau ficaram 280% mais altos em abril de 2024, após a onda de calor na Costa do Marfim e em Gana dois meses antes, que os cientistas dizem ter sido 4°C mais quente devido às mudanças climáticas. Juntos, esses dois países respondem por 60% da produção global de cacau.