O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que se encontra em fase avançada de negociação, representa uma oportunidade estratégica para a inserção do Brasil nas cadeias globais de produção.
Segundo a análise da jornalista Juliana Rosa, o tratado tem potencial para destravar investimentos bilionários e ampliar a competitividade do agronegócio e da indústria brasileira.
Atração de investimentos e modernização tecnológica
Para Juliana Rosa, o impacto prático mais imediato do acordo é a capacidade de atrair investimentos estrangeiros diretos. Atualmente, o bloco europeu já ocupa o posto de maior investidor no Brasil, com presença consolidada em setores cruciais como infraestrutura e o sistema financeiro.
A consolidação da parceria deve aprofundar esses aportes, especialmente no setor de energia limpa, onde o Brasil possui vantagem comparativa. Além disso, a redução de barreiras tarifárias permitirá o acesso a tecnologias e máquinas mais modernas. Para a jornalista, essa importação de bens de capital é fundamental para aumentar a produtividade das empresas instaladas no país.
Impactos no agronegócio e exportações
O setor produtivo brasileiro, em especial o agronegócio, deve ser um dos principais beneficiados com o aumento significativo das exportações. O acesso facilitado ao mercado europeu permite que os produtos brasileiros compitam em pé de igualdade com outros fornecedores globais, reduzindo a burocracia que hoje encarece o comércio exterior.
Para os países do Mercosul, o tratado é visto como a principal chance de ampliar mercados e garantir uma inserção mais robusta na economia mundial. Do outro lado da mesa, para a União Europeia, o acordo significa a garantia de uma parceria confiável em um cenário de crescentes tensões geoeconômicas globais.
Desafios e cenário final de negociação
Apesar do otimismo e da proximidade de um desfecho positivo, Juliana Rosa alerta para os riscos políticos que ainda cercam as conversas. Segundo ela, as negociações estão em um estágio decisivo, mas fatores externos ainda podem impedir a assinatura final.
“Estamos na cara do gol. Podem chutar para fora, mas a chance de gol ainda é considerada grande”, avalia a jornalista. A concretização do pacto daria ao Brasil maior influência em temas globais e consolidaria o país como um porto seguro para capitais europeus em busca de sustentabilidade e segurança jurídica.
O avanço do acordo depende agora de ajustes finais entre as lideranças dos blocos, que buscam equilibrar as exigências ambientais europeias com os interesses de desenvolvimento industrial dos países sul-americanos.


