O Ministério da Saúde recebeu o primeiro lote de um novo medicamento para o tratamento de câncer de mama, que agora passa a ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio é fundamental para o combate a um dos tipos mais agressivos da doença.
A primeira remessa do medicamento, conhecido como T-DM1 (trastuzumabe entansina), chegou ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e será distribuída para pacientes do SUS em todo o país.
José Barreto, diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, afirma que a quantidade do medicamento recebida é suficiente para suprir a demanda de todas as mulheres nessa condição, totalizando cerca de 2.800 pacientes por ano.
O T-DM1 faz parte do protocolo mais moderno disponível para atender pacientes com um tipo mais agressivo de câncer de mama, o HER-2-positivo. Nesse tipo, as células tumorais se multiplicam mais rapidamente e são mais resistentes aos tratamentos convencionais. A rapidez no diagnóstico e no acesso a tratamentos adequados é essencial, como relata a paciente Fabiana, que percebeu a doença após um autoexame e viu o tumor crescer muito rápido.
O medicamento foi incorporado ao SUS em 2022, mas chega aos pacientes somente agora, após três anos de negociações para a compra.
Pela rede pública, o acesso ao novo tratamento é destinado a mulheres que tiveram metástase em regiões próximas à mama e que permaneceram com a doença mesmo após o tratamento convencional, que inclui quimioterapia e cirurgia.
Um médico ouvido pela reportagem explica que o T-DM1 possibilita uma redução de até 50% na chance de recidiva da doença. Além disso, o estudo que levou à incorporação da molécula T-DM1 demonstrou uma chance de quase 40% de menor mortalidade entre as pacientes.
Com a distribuição do lote para as secretarias de saúde estaduais e municipais, a expectativa é que as pacientes do SUS comecem o novo tratamento até o fim deste mês.