No Distrito Federal, uma adolescente morreu – segundo os médicos- por pneumonia agravada por cigarro eletrônico. O uso dos vapes pelos jovens é um dos motivos de um dado preocupante: o número de fumantes voltou a crescer no Brasil.
Pela primeira vez, desde 2007, o Brasil registra aumento no número de fumantes. De 2023 para o ano passado, a proporção de adultos saltou de 9,3% para 11,6%. Tanto homens quanto mulheres estão fumando mais. Um crescimento expressivo e preocupante. Também entre os jovens, que estão voltando ao vício.
No caso dos cigarros eletrônicos, os vapes, o consumo subiu de 2,1% para 2,6% da população.
Vários fatores contribuíram para esse aumento. Entre eles, a baixa tributação do cigarro, a redução das campanhas contra o fumo e o aumento da glamourização do fumo nas redes sociais. Os cigarros eletrônicos e cigarros do mercado ilegal impulsionaram ainda mais esses números.
Os vapes têm riscos iguais ou até maiores que o tabaco convencional, porque se disfarçam como algo recreativo e inofensivo. E apesar de proibidos, são fáceis de comprar.
Nessa quarta-feira (28) foi confirmada a morte de uma adolescente de 15 anos, no Distrito Federal. Segundo a Secretaria de Saúde, ela teve complicações causadas por pneumonia e lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico.
E são várias as doenças que tem relação direta ao tabagismo.
“Doenças do coração, infarto e derrame cerebral. Doença vascular periférica, problema de amputação de pernas, circulação. Doenças pulmonares, o famoso enfisema de POC, que quando o indivíduo começa a sentir que ah, tô com falta de ar, já perdeu quase 50% da função pulmonar. E vários tipos de câncer”, explica a cardiologista Jaqueline Scholz Issa.
Segundo o Ministério da Saúde, para cada R$ 1 de lucro obtido pela indústria do tabaco, o governo gasta R$ 5 com os danos, somando tratamento de doenças, perdas econômicas por morte prematura e incapacidade, por exemplo.