Rio de Janeiro vai testar 3ª dose com vacinas da Pfizer e da AstraZeneca mesmo para quem tomou CoronaVac

Rio de Janeiro vai testar 3ª dose com vacinas da Pfizer e da AstraZeneca mesmo para quem tomou CoronaVac

Brasil
Joaquim
16 de agosto de 2021
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Em seu teste aplicando uma terceira dose de vacina contra a Covid-19 — anunciado no domingo pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz —, o município do Rio vai usar imunizantes da AstraZeneca ou da Pfizer, independentemente da vacina recebida no primeiro esquema vacinal. Quem tomou a CoronaVac terá reforço, portanto, de um imunizante diferente.

O teste de reforço contra a Covid-19 vai acontecer em idosos da Ilha de Paquetá, como parte do estudo “PaqueTá Vacinada”. A distribuição dessa terceira dose na ilha está prevista para o dia 29 de agosto.

Antes de tomar a nova injeção, os idosos do bairro passarão por novo teste sorológico que medirá a presença de anticorpos contra o novo coronavírus no sangue. O objetivo é saber se houve perda de imunidade desde a última dose. O novo estudo pode lançar as bases para uma estratégia de reforço da imunização em todo o município.

— Em Paquetá, finalizamos a aplicação da segunda dose hoje (ontem). Daqui a 14 dias, a gente vem colher uma nova amostra de sangue de todas as pessoas, com foco nos idosos. E vamos aplicar a terceira dose nos idosos que já tomaram a vacina. Poderão ser vacinas diferentes, já que tem idoso que tomou a vacina da AstraZeneca, da Pfizer e a CoronaVac, que é o caso da maioria — disse o secretário.

Benefícios da vacinação heteróloga

A literatura médica recente indica benefícios da mistura de vacinas, a chamada vacinação heteróloga. Um estudo espanhol publicado na revista “The Lancet” chama atenção para o aumento da resposta imunológica contra a Covid-19 observado em quem tomou a primeira dose da vacina da AstraZeneca e a segunda da Pfizer. Realizado com 663 voluntários de 18 a 59 anos, ele apontou eficácia de três a quatro vezes maior do que o da vacinação homóloga (com doses do mesmo imunizante, qualquer que seja). Outra pesquisa, conduzida pela Universidade Saarland, na Alemanha, com 250 profissionais de saúde, mostrou que a combinação de diferentes imunizantes garantiu eficácia até dez vezes maior.

A intercambialidade de vacinas, outro termo usado para a mistura de marcas, pode ser um poderoso aliado na proteção dos idosos. Além de menos suscetível à proteção das vacinas, a população da terceira idade perde mais rapidamente a imunidade conferida por imunobiológicos. Segundo especialistas, essas características podem estar contribuindo para uma preocupante retomada no número de óbitos por Covid-19 entre pessoas de 60 anos ou mais, descrita em estimativas recentes da Fiocruz.

Na sexta-feira, o EXTRA revelou que a Prefeitura do Rio pretende ministrar a terceira dose dos idosos junto à vacinação dos adolescentes. Enquanto aguarda o sinal verde do Ministério da Saúde, a Secretaria municipal de Saúde elabora um calendário para a próxima etapa da campanha, contemplando, além da imunização de menores, o reforço dos maiores de 60. O cronograma deve ser divulgado nos próximos dias.

A cidade do Rio de Janeiro chegou a 68% de sua população total vacinada com a primeira dose contra a Covid-19, segundo atualização no início da noite de ontem. A proporção da população com esquema vacinal completo — seja com a segunda dose ou com vacina de dose única — era de 31,8%.

Já o estado do Rio alcançou a marca de 50% de sua população total imunizada com a primeira dose contra a doença, segundo a plataforma LocalizaSUS, do Ministério da Saúde. O número de pessoas com a vacinação completa já corresponde a 22% da população total.

 

 

Terra

Joaquim Franklin

Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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