Dólar recua no pós-Copom, mas não consegue se firmar abaixo de R$ 5,00
Após furar o piso de R$ 5,00 pela manhã desta quinta (2/2) e descer até R$ 4,9408 (-2,36%) na mínima, o dólar reduziu bastante o ritmo de queda ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira, 2, em baixa de 0,30%, cotado a R$ 5,0454, perto da máxima da sessão (R$ 5,0509). Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para março apresentou giro expressivo, movimentando mais de US$ 16 bilhões. Isso sugere que pode ter havido desmonte relevante de posições defensivas, em especial na primeira etapa de negócios.
Operadores atribuíram a perda de fôlego do real a movimentos de ajuste e realização de lucros intraday, estimulados pela aceleração dos ganhos da moeda americana ao longo da tarde, em especial na comparação com o euro e a libra esterlina. Houve também algum ruído político, com nova crítica do presidente Lula ao teto de gastos, o que não constitui novidade, mas reforça a desconfiança com a política fiscal.
Lá fora, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje elevação dos juros em 50 pontos-base e acenou com nova alta de igual magnitude em março, mas, segundo analistas, abriu a porta para uma pausa no processo de aperto em seguida. As divisas emergentes, que surfaram ontem a decisão do Federal Reserve, ensaiaram subir pela manhã, mas acabaram em baixa com o tombo das commodities. As exceções foram o peso chileno e o real, além da lira turca.
Correio Braziliense