Fábrica brasileira é suspeita de produzir imitação de cigarro do Paraguai

Fábrica brasileira é suspeita de produzir imitação de cigarro do Paraguai

Brasil
Joaquim
22 de setembro de 2024
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A equipe do Jornal da Band teve acesso, com exclusividade, a vídeos que revelam o submundo perigoso e lucrativo do mercado ilegal de cigarros no Brasil. No início do mês, a polícia de São Paulo encontrou uma linha de produção sofisticada na IBC Tabacos, uma das maiores fabricantes do país.

No estabelecimento, eram produzidos cigarros que imitavam um produto paraguaio, ou seja, uma falsificação do contrabando. Segundo a investigação, a IBC evitava, assim, o pagamento de impostos em um setor onde a carga tributária é alta e lucrava com a concorrência desleal.

O preço médio de um maço de cigarros produzido por uma dessas empresas é de menos de R$ 4,93, muito mais competitivo que o cigarro legalizado R$ 7,94 e mais barato até que o cigarro contrabandeado R$ 5,10.

Em outras palavras, o crime organizado descobriu que é mais vantajoso fabricar cigarros no Brasil, sem pagar impostos, do que contrabandeá-los do Paraguai.

“Ele começa a fabricar em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, no Nordeste, em Minas Gerais, espalhando suas operações pelo país, facilitando a distribuição desses produtos”, alertou Edson Vismona, Presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade.

A investigação também revelou que o cigarro fabricado na sede da IBC era distribuído no mercado ilegal em áreas dominadas pela milícia e grupos de contraventores, uma reação às recentes operações que fecharam várias fábricas clandestinas no Rio de Janeiro.

“Estamos diante de uma nova geração de contraventores, que estão encontrando no mercado de cigarro um pilar financeiro para sustentar outras práticas criminosas”, comentou o professor Daniel Hirata.

A Band tentou contato com a IBC Tabacos, por telefone e na sede da empresa, mas, até o fechamento desta reportem, não obteve respostas.

Joaquim Franklin

Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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