Guerra na Ucrânia: Moscou lança mísseis e Kiev aposta em ofensiva

Guerra na Ucrânia: Moscou lança mísseis e Kiev aposta em ofensiva

Mundo
Joaquim
30 de abril de 2023
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Grávida de sete meses, a decoradora Katerina Zagrebelna, 36 anos, acordou por volta das 4h30 de ontem (22h30 de quinta-feira em Brasília) com o barulho de uma “poderosa explosão”. Ela mora no primeiro andar de um prédio de nove pavimentos, na cidade de Uman, 215km ao sul de Kiev. “Imediatamente, não entendemos a magnitude do ataque. Eu estava em casa com a minha filha mais nova, Diana, de 13 anos. Meu marido tem um abscesso na garganta e, por isso, se hospedou na casa dos pais, com o nosso filho caçula Zachary, 3. Minha primeira reação foi telefonar para ele”, relatou ao Correio. Um míssil russo atingiu em cheio o edifício, no lado oposto ao apartamento de Katerina, que ficou intacto. “O imóvel sacudiu violentamente”, disse.

De acordo com ela, um segundo míssil caiu em um salão de eventos que alugava com o marido. “O nosso local de trabalho ficou completamente queimado. São mais de 10 anos perdidos”, lamentou. Pelo menos 23 vizinhos de Katerina morreram no bombardeio, incluindo quatro crianças. “Sinto dor por todas as vítimas. Muitas crianças e famílias jovens moravam ali. Nossa cidade é pequena. Então, quase todo mundo se conhece.”

Perto dali, a professora aposentada Olga Skomorokha foi surpreendida pelo alarme antiaéreo no mesmo horário. “Logo, escutei duas explosões surdas. Saí de casa e ouvi o barulho das sirenes de bombeiros e ambulâncias”, contou ao Correio. Foi mais uma madrugada de insônia, algo que se tornou corriqueiro desde o início da invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. Dessa vez, os bombardeios russos trouxeram a morte. Em outro bombardeio, em Dnipro (centro-leste), duas pessoas morreram, uma mulher e um menino de três anos, afirmou o prefeito Boris Filatov.

Enquanto chorava, a Ucrânia anunciava a iminência da aguardada contraofensiva. “Os preparativos estão chegando ao fim”, afirmou o ministro ucraniano da Defesa, Oleksiy Reznikov. “O equipamento foi prometido, preparado e parcialmente entregue. Em um sentido amplo, estamos prontos. (…) Enquanto existir a vontade de Deus, a meteorologia e a decisão dos comandantes, nós faremos”, acrescentou. O presidente Volodymyr Zelensky publicou no Twitter um vídeo mostrando o trabalho de socorristas nos escombros do prédio em Uman. “Nós podemos derrotar o terror da Rússia juntos, com armas para a Ucrânia, as sanções mais duras contra o Estado terrorista, e sentenças justas para os assassinos”, escreveu em seu perfil oficial.

Cerca de dez horas depois, Zelensky fez um pronunciamento à nação. Ele confirmou que quatro crianças estão entre os mortos em Uman. “Um míssil sobre Uman, uma cidade absolutamente pacífica, conhecida em todo o mundo por receber dezenas de milhares de judeus hassídicos todos os anos. Apenas o mal absoluto pode desencadear tal terror contra a Ucrânia”, disse o presidente.

Olga Skomorokha apela ao mundo por ajuda militar. “Nossa vitória e o sucesso na contraofensiva dependem dos Estados Unidos e do Reino Unido. Precisamos de mais suprimentos de armas e de munições”, desabafou.

 

 

Correio Braziliense

Joaquim Franklin

Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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