Paraguai: após eleições, colorados ampliam hegemonia política

Paraguai: após eleições, colorados ampliam hegemonia política

Mundo
Joaquim
2 de maio de 2023
24

Os colorados saíram das urnas triunfantes, ao fim de uma campanha eleitoral marcada por acusações de corrupção contra personalidades de primeira grandeza do governo do Paraguai. Além da vitória com folga do economista Santiago Peña na corrida presidencial, o partido conservador elegeu 14 dos 17 governadores de departamentos (estados) e conquistou maioria nas duas casas do Legislativo, ampliando, assim, a hegemonia política no país.

Peña, de 44 anos, substituirá o atual presidente, Mario Abdo Benítez, a partir de 15 de agosto para um mandato de cinco anos, com uma situação bastante confortável no Congresso. O Partido Colorado obteve 23 dos 45 assentos do Senado, segundo cálculos do ABC Color com base nos dados da Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares (Trep) do país. Na Câmara dos Deputados, ficou com 48 das 80 cadeiras.

O analista Rubén Ramírez, da consultoria Trade and Investment Paraguay, afirmou que “a linguagem agressiva da oposição contra os candidatos colorados e a qualificação de ‘significativamente corrupto’ contra seus principais dirigentes pelo governo dos Estados Unidos acabaram por aglutinar o eleitorado, em uma manifestação mais de sentimento do que de raciocínio”.

A crescente insatisfação da população com o aumento da pobreza, bem como as falhas nos sistemas de saúde e educação, que ocuparam o centro das atenções durante a pandemia de covid-19, sinalizaram dificuldades. “Os colorados, na adversidade, sabem superar os obstáculos para se manter no poder”, disse Roberto Codas, analista político e econômico da consultoria Desarrollo Empresarial, à agência de notícias France-Presse.

O Partido Colorado, cujo nome oficial é Associação Nacional Republicana (ANR), governou o Paraguai durante a maior parte das últimas sete décadas, sob a ditadura e sob a democracia, com uma breve interrupção durante o governo de Fernando Lugo (2008-2012). O esquerdista sofreu um impeachment um ano antes do fim de seu mandato.

 

Correio Braziliense

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