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“Brasil sempre defendeu o diálogo”, diz Alckmin sobre taxação de Trump

“Brasil sempre defendeu o diálogo”, diz Alckmin sobre taxação de Trump

O governo e um grupo de empresários começam, na próxima segunda-feira (14), a preparar uma resposta ao tarifaço de Donald Trump. Os trabalhos serão liderados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que falou, neste sábado (12), com exclusividade para a Band.

O governo entende que o canal diplomático com os Estados Unidos, por enquanto, está fechado. Em uma entrevista exclusiva para o Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, o vice-presidente criticou a supertaxação.

“Não tem o menor sentido esse aumento de tarifa. A nossa disposição é rever essa questão das tarifas, que não tem razão de ser, já que os EUA têm superávit com o Brasil”, disse.

O foco agora é conversar com quem produz. Um comitê liderado pelo vice-presidente começa a se reunir com os empresários na segunda-feira. Destaque para os setores que mais vendem para os americanos: petróleo, ferro e aço, café e aeronaves.

“Nós vamos começar a partir já do início da semana, conversar com o setor privado, inclusive com o setor privado incluindo as empresas americanas, que são muito importantes e que acabam também sendo de alguma forma prejudicadas. Então, é importante destacar que o Brasil sempre defendeu o diálogo”, completou.

Além de estratégias de negociação, o grupo também vai buscar por novos mercados para os produtos brasileiros. A Embraer, fabricante de aeronaves, também pode participar das conversas, já que mais da metade das receitas da empresa vem do mercado americano.

A lista de encomendas de companhias aéreas americanas tem 241 aviões comerciais.

“É ruim. E a Embraer tem fábrica também nos estados unidos. Há muita integração econômica no mundo. Eu compro uma peça de você, monto aqui ou vice-versa. Eu vendo uma peça para você, você monta lá”, relatou o vice-presidente.

Lei de reciprocidade

Também na segunda-feira, o governo deve publicar o decreto da lei de reciprocidade, que permite uma reação brasileira ao tarifaço americano, caso os dois países não avancem em uma negociação. A ideia é fechar um acordo até 1° de agosto, quando o tarifaço começa a valer.

O estado que mais exporta para os Estados Unidos é São Paulo. O governador Tarcísio de Freiras comentou, neste sábado (12), o encontro com o encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil.

“Eu sou governador do estado, né? Existem interesses que precisam ser preservados, interesses das nossas empresas, dos nossos produtores. E é isso que a gente tem que botar em primeiro lugar”, disse Tarcísio.

O governador negou que tenha consultado ministros do Supremo sobre uma possível autorização de viagem de Bolsonaro aos EUA para negociar a supertaxação com Donald Trump.

“Ah, eu fiz alguma petição lá? Peticionei alguma coisa? Não, né!? Isso é bobagem”, disse.

Governo adota discurso de patriotismo

Nos bastidores, o governo vê essa crise diplomática com os Estados Unidos como oportunidade de assumir o discurso de patriotismo e defesa da soberania brasileira. A comunicação do Planalto tem como exemplo chefes de outros países que enfrentaram as taxações de Trump e viram os índices de popularidade crescer.

No México, a aprovação da presidente Claudia Sheinbaum chegou a 80% no auge da crise com os Estados Unidos. No Canadá, o Partido Liberal se manteve no poder e venceu as eleições em abril, depois de uma virada atribuída à rejeição da população às tarifas de Trump.

 

 

 


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Joaquim Franklin

Formado em jornalismo pelas Faculdades Integradas de Patos-PB (FIP) e radialista na Escola Técnica de Sousa-PB pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba.

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