Mais da metade dos adolescentes brasileiros já sofreram algum tipo de violência sexual pela internet, aponta pesquisa feita pela ChildFund Brasil. Em porcentagem esses dados representam 54% dos jovens, o equivalente a 9,2 milhões entre 13 e 18 anos.
A violência sexual online é caracterizada por qualquer ato sexual sem consentimento ou envolvendo menor de idade, como receber uma foto íntima não solicitada, ser coagida a produzir vídeos de pornografia ou até ter imagens eróticas compartilhadas sem autorização.
Esses crimes acontecem em plataformas digitais que não usam ferramentas que impeçam essas publicações, como é o caso do Discord, Telegram e Project Z, por exemplo. Empresas, que já foram denunciadas inúmeras vezes, mas que se negam a colaborar com as investigações da polícia e a implementar medidas de proteção, já que não são obrigadas por lei.
A violência geralmente começa com um namoro online, no qual as vítimas acreditam que estão envolvidas em um relacionamento com o parceiro, explica a delegada do Núcleo de Observação Digital, Lisandrea Salvariego.
“A violência nunca começa por violência, né? Começa no web namoro, no qual elas acham que estão realmente vivendo um relacionamento afetivo. A partir do momento que ela manda a primeira foto íntima ou manda o primeiro vídeo íntimo, aí acabou, porque ela tá na mão do agressor”, ressalta Lisandrea.
Esses dados evidenciam a importância do monitoramento adequado dos pais ao que os filhos acessam na internet. Quando isso acontece, diminui em 40% o risco desse adolescente sofrer uma violência sexual, alerta o presidente administrativo da ChildFund Brasil, Maurício Cunha.